sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Barbárie Escolar?! Como Assim?!

BARBÁRIE ESCOLAR?! COMO ASSIM?!

 

            Não posso deixar de me manifestar diante desse assunto emergente nos noticiários desta semana, em todas as emissoras de televisão se diz a mesma coisa: alunos que depredam instituições escolares, que ameaçam e torturam professores, que brigam entre si por motivos diversos.

Minha vontade de falar sobre o assunto é muito grande, para manifestar minha singular opinião; esta, motivada pela preocupação com a educação, com minha carreira profissional, que está inserida neste contexto, ou com o cansaço de ver a superficialidade como essas temáticas são tratadas de formas isoladas, pontuais e sem grandes contextualizações.

Violência nas escolas e entre os alunos sabemos que existem. Mas, apesar de existirem violências gratuitas, acredito que essas mostradas pelos noticiários, merecem um tratamento diferenciado; a reação de determinados alunos perante professores e diretores, ou mesmo da instituição escolar tem uma pontualidade, tem uma contextualização, não surge isoladamente. Acredito que as formas como as pessoas respondem à determinada situação e/ou pessoas são variadas e, não seria diferente com os alunos dentro do contexto educacional.

Que aluno é este? Que professor é este? Que gestor é este?

É certo que a formação de professores em nosso país é deficitária, porque ainda se baseia no aluno "ideal", àquele que todos nós gostaríamos de trabalhar; mas, peca em não aprofundar a realidade das crianças e adolescentes de hoje, esses que vivenciam todos os valores e contra-valores, que a Pós-Modernidade instaura na vida de cada um. Não tenho a pretensão de posicionar-me contra a Pós-Modernidade, mas há aspectos positivos e negativos nesse "novo" tempo social, que muito temos que discutir e compreender.

Os professores ainda estabelecem contatos individuais e/ou coletivos (em sala de aula, por exemplo) utilizando-se de um discurso que não condiz com a realidade vivida pelos nossos alunos; conteúdos e temáticas muitas vezes descontextualizadas do real, e o que é pior, muitos professores não conseguem sequer justificar a importância de sua disciplina, muito menos de sua utilidade, na vida de seus alunos.

Gestores cada vez mais amparados em um discurso democrático, mas utilizando-se de estratégias de gestão, mascaradamente participativa, não tratando, muitas vezes, de estabelecer essa contextualização social, econômica e cultural atualmente vivida, nas discussões entre os professores, por exemplo, nas reuniões pedagógicas. Eu mesmo cansei de participar de reuniões entre professores onde as discussões perpassavam pelos alunos ditos "problemas" e o alarmante conformismo no discurso em dizer que "não temos como fazer nada".  Será? Quanto mais internalizamos um discurso do "não-posso", mais teremos dificuldades em utilizar um discurso "vamos pensar e ver como"; assim como disse o pensador Victor Franklin "Quem tem um porquê enfrenta qualquer como".

Não quero com este texto ser mal interpretado. Sou mais um professor que desabafa diante dos problemas educacionais. Mas, não fico na posição de lamúria, vou em busca de estratégias, conhecimentos e maneiras de gerir essa complexidade de situações que chegam até nós, muitas vezes sem pedir licença.

 

Prof. Rafael Adriano de Oliveira Severo

Mestrando em Educação – Pedagogo

 

 

 

 



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