sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CONHEÇA OS OBJETIVOS DO MILÊNIO

Em 2000, a ONU - Organização das Nações Unidas, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos do Milênio, conjunto de metas que objetivam um mundo melhor, diminuir os problemas sociais e contribuir para a sustentabilidade do planeta.

 
OBJETIVO DO MILÊNIO 01: ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA

Um bilhão e duzentos milhões de pessoas sobrevivem com menos do que o equivalente a $ 1,00 (PPC paridade do poder de compra, que elimina a diferença de preços entre os países) por dia. Mas tal situação já começou a mudar em pelo menos 43 países, cujos povos somam 60% da população mundial. Nesses lugares há avanços rumo à meta de, até 2015, reduzir pela metade o número de pessoas que ganham quase nada e que por falta de emprego e de renda - não consomem e passam fome.

METAS:

·        Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população com renda inferior a um dólar PPC por dia;

·        Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que sofre de fome.

O Brasil já cumpriu o objetivo de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015: de 8,8% da população em 1990 para 4,2% em 2005. Mesmo assim, 7,5 milhões de brasileiros ainda têm renda domiciliar inferior a um dólar por dia. Em 2005 o governo se comprometeu a reduzir o número de brasileiros em pobreza extrema a 25% do total existente em 1990 e a acabar com a fome no Brasil até 2015. Diversos programas governamentais estão em curso com o objetivo de alcançar estas metas.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Estímulo à agricultura familiar e comunitária de subsistência;

·        Combate à fome em regiões metropolitanas e rurais, através de iniciativas de voluntariado, distribuição e capacitação de mão de obra na elaboração de alimentos básicos;

·        Programas de apoio à merenda escolar;

·        Apoio a programas de educação, capacitação e inclusão digital de crianças e jovens para futura inserção no mercado de trabalho;

·        Programas de redução do analfabetismo funcional, familiar e da comunidade de interferência;

·        Apoio à geração alternativa de renda, através de estruturação de cooperativas e aproveitamento da produção em suas atividades e suporte na comercialização de excedente;

·        Implementação de políticas de diversidade, com inclusão de minorias étnicas, portadores de deficiência, outros grupos discriminados, etc.

 

OBJETIVO DO MILÊNIO 02: EDUCAÇÃO BÁSICA DE QUALIDADE PARA TODOS

Cento e treze milhões de crianças estão fora da escola no mundo. Mas há exemplos viáveis de que é possível diminuir o problema como na Índia, que se comprometeu a ter 95% das crianças freqüentando a escola já em 2005. A partir da matrícula dessas crianças ainda poderá levar algum tempo para aumentar o número de alunos que completam o ciclo básico, mas o resultado serão adultos alfabetizados e capazes de contribuir para a sociedade como cidadãos e profissionais.

METAS:

·        Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um ciclo completo de ensino básico.

No Brasil, os dados são de 2005: 92,5% das crianças e jovens entre 07 e 17 anos estão matriculados no ensino fundamental. Nas cidades, o percentual chega a 95%. O objetivo de universalizar o ensino básico de meninas e meninos foi praticamente alcançado, mas as taxas de frequência ainda são mais baixas entre os mais pobres e as crianças das regiões norte e nordeste. Outro desafio é com relação à qualidade do ensino recebida.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Apoio a programas de criação de oportunidades e estímulo no acesso ao ensino fundamental, ou melhoria da qualidade;

·        Envolvimento direto/indireto em ações de prevenção e erradicação do trabalho infantil, tanto em regiões metropolitanas, como rurais;

·        Contribuição para a melhoria dos equipamentos das escolas básicas e fornecimento de material didático e de leitura;

·        Programas de reciclagem e capacitação de professores do ensino fundamental;

·        Programas de implantação de projetos educacionais complementares, com envolvimento familiar, visando estimular a permanência do aluno na escola.

 

OBJETIVO DO MILÊNIO 03: IGUALDADE ENTRE SEXOS E VALORIZAÇÃO DA MULHER

Dois terços dos analfabetos do mundo são mulheres, e 80% dos refugiados são mulheres e crianças. Superar as disparidades gritantes entre meninos e meninas no acesso à escolarização formal será um alicerce fundamental (entre outros) para capacitar as mulheres a ocuparem papéis cada vez mais ativos tanto no mundo econômico quanto na atividade política em seus países.

METAS:

·        Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino primário e secundário, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, a mais tardar até 2015.

No Brasil, as mulheres já estudam mais que os homens, mas ainda têm menos chances de emprego,  recebem menos do que homens trabalhando nas mesmas funções e ocupam os piores postos. Em 2005, a proporção de homens trabalhando com carteira assinada era de 35%, contra 26,7% das mulheres. A participação nas esferas de decisão também é pequena: as mulheres representam 8,8% dos deputados e 14,8% dos senadores.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Implantação de programas de capacitação e melhoria na qualificação das mulheres;

·        Criação de oportunidades de inserção da mão-de-obra feminina, em atividades alternativas consideradas masculinas;

·        Incluir a valorização do trabalho da mulher em programas de diversidade;

·        Valorização de ações comunitárias que envolvam o trabalho feminino, apoiando iniciativas que promovam o cooperativismo e a auto-sustentação.

 

OBJETIVO DO MILÊNIO 04: REDUZIR A MORTALIDADE INFANTIL

Todos os anos 11 milhões de bebês morrem de causas diversas. É um número escandaloso, mas que vem caindo desde 1980, quando as mortes somavam 15 milhões. Os indicadores de mortalidade infantil falam por si, mas o caminho para se atingir o objetivo dependerá de muitos e variados meios, recursos, políticas e programas dirigidos não só às crianças mas a suas famílias e comunidades também.

METAS:

·        Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade de crianças menores de 5 anos.

O Brasil reduziu a mortalidade infantil (crianças com menos de um ano) de 4,7% em 1990 para 2,5% em 2006. Mas a desigualdade ainda é grande: crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer do que as ricas, e as nascidas de mães negras e indígenas têm maior taxa de mortalidade. Por região, o Nordeste apresentou a maior queda nas mortes de zero a cinco anos, mas a mortalidade na infância ainda é o quase o dobro da média nacional, de acordo com o relatório Situação Mundial da Infância 2008, do Unicef.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Apoio a programas de acesso à água potável para populações carentes, principal causador das doenças infecciosas infantis;

·        Promoção de campanhas de conscientização no combate a Aids, visando a prevenção de crianças portadoras do vírus;

·        Suporte a programas de acesso, das crianças portadoras do HIV e outras doenças infecciosas, a medicamentos específicos;

·        Programas educacionais, em comunidades carentes, de esclarecimento sobre higiene pessoal e sanitária, aleitamento materno e nutrição infantil.

 

OBJETIVO DO MILÊNIO 05: MELHORAR A SAÚDE DAS GESTANTES

Nos países pobres e em desenvolvimento, as carências no campo da saúde reprodutiva levam a que a cada 48 partos uma mãe morra. A redução dramática da mortalidade materna é um objetivo que não será alcançado a não ser no contexto da promoção integral da saúde das mulheres em idade reprodutiva. A presença de pessoal qualificado na hora do parto será, portanto, o reflexo do desenvolvimento de sistemas integrados de saúde pública.

METAS:

·        Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade materna.

Segundo o Relatório Nacional de Acompanhando dos ODMs do governo, houve uma redução de 12,7% na mortalidade materna entre 1997 (61,2 óbitos para 100 mil nascidos) e 2005 (54,3 óbitos para 100 mil nascidos), mas o próprio relatório admite que há subnotificações. Nas regiões Norte e Sudeste houve redução da mortalidade materna, mas ela aumentou no Nordeste, no Centro-Oeste e no Sul no país, segundo o Unicef*.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Apoio a iniciativas comunitárias de atendimento à gestante (pré e pós-parto) e melhoria da saúde materna, fixas e ambulantes;

·        Programas de apoio à saúde da mulher, facilitando acesso a informações sobre planejamento familiar, DST, prevenção do câncer de mama, gestação de risco, nutrição da mulher e do bebê.

 

OBJETIVO DO MILÊNIO 06: COMBATER A AIDS, A MALÁRIA E OUTRAS DOENÇAS

Em grandes regiões do mundo, epidemias mortais vêm destruindo gerações e cerceando qualquer possibilidade de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, a experiência de países como o Brasil, Senegal, Tailândia e Uganda vem mostrando que podemos deter a expansão do HIV. Seja no caso da Aids, seja no caso de outras doenças, como a tuberculose e a malária, que ameaçam acima de tudo as populações mais pobres e vulneráveis, parar sua expansão e depois reduzir sua incidência dependerá fundamentalmente do acesso da população à informação, aos meios de prevenção e aos meios de tratamento, sem descuidar da criação de condições ambientais e nutritivas que estanquem os ciclos de reprodução das doenças.

METAS:

·        Até 2015, ter detido a propagação do HIV/Aids e começado a inverter a tendência atual;

·        Até 2015, ter detido a incidência da malária e de outras doenças importantes e começado a inverter a tendência atual.

O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a proporcionar acesso universal e gratuito para o tratamento de HIV/AIDS na rede de saúde pública. Mais de 180 mil pessoas recebem tratamento com antiretrovirais financiados pelo governo. A sólida parceria com a sociedade civil tem sido fundamental para a resposta à epidemia no país. De acordo com a UNAIDS, a prevalência de HIV no Brasil é de 0,5% e há 620 mil pessoas infectadas.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Programas de mobilização e informação no combate à Aids e outras doenças epidêmicas como malária, tuberculose, dengue, febre amarela (nas empresas e comunidade), tanto nos grandes centros quanto no interior do país;

·        Programas que facilitem o acesso aos medicamentos necessários aos portadores de HIV e à prevenção (vacinas) das demais doenças;

·        Programas de doações e distribuição de remédios às populações de risco e baixa renda;

·        Programas de prevenção na disseminação de informação sobre saúde sexual e reprodutiva para jovens e adultos, através de ações de voluntariado.

 
OBJETIVO DO MILÊNIO 07: QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

Um bilhão de pessoas ainda não têm acesso a água potável. Ao longo dos anos 90, no entanto, quase o mesmo número de pessoas ganharam acesso à água bem como ao saneamento básico. A água e o saneamento são dois fatores ambientais chaves para a qualidade da vida humana. Ambos fazem parte de um amplo leque de recursos naturais que compõem o nosso meio ambiente florestas, fontes energéticas, o ar e a biodiversidade e de
cuja proteção dependemos nós e muitas outras criaturas neste planeta. Os indicadores identificados para esta meta são justamente "indicativos" da adoção de atitudes sérias na esfera pública. Sem a adoção de políticas e programas ambientais, nada se conserva em grande escala, assim como sem a posse segura de suas terras e habitações, poucos se dedicarão à conquista de condições mais limpas e sadias para seu próprio entorno.

METAS:

·        Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais;

·        Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável a água potável segura;

·        Até 2020, ter alcançado uma melhora significativa nas vidas de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairros degradados.

O país reduziu o índice de desmatamento, o consumo de gases que provocam o buraco na camada de ozônio e aumentou sua eficiência energética com o maior uso de fontes renováveis de energia. Acesso à água potável deve ser universalizado, mas a meta de melhorar condições de moradia – saneamento básico, vai depender dos investimentos realizados.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Apoio a iniciativas na implementação de práticas ambientais sustentáveis e responsáveis, através da conscientização e disseminação das informações nas escolas, comunidades, empresas;

·        Programas de mobilização coletiva para estímulo à reciclagem e reutilização de materiais;

·        Ações de Voluntariado na comunidade com vistas à educação e sensibilização da população, com interferência direta nas associações e órgão representativos, escolas, parques, reservas, etc.;

·        Suporte a projetos de pesquisa e formação na área ambiental;

·        Promoção de concursos internos ou locais que estimulem o debate e a conscientização individual sobre o meio ambiente e a importância da colaboração de cada um;

·        Desenvolvimento de programas parceiros no tratamento de resíduos procurando reverter o resultado em benefício de comunidades carentes;

·        Promoção de "econegócios" (negócios sustentáveis), que preservam gerando ocupação e renda e melhorando a qualidade de vida das populações.

 
OBJETIVO DO MILÊNIO 08: TODO MUNDO TRABALHANDO PELO DESENVOLVIMENTO

Muitos países pobres gastam mais com os juros de suas dívidas do que para superar seus problemas sociais. Já se abrem perspectivas, no entanto, para a redução da dívida externa de muitos Países Pobres Muito Endividados (PPME). Os objetivos levantados para atingir esta meta levam em conta uma série de fatores estruturais que limitam o potencial para o desenvolvimento em qualquer sentido que seja da imensa maioria dos países do sul do
planeta. Entre os indicadores escolhidos estão a ajuda oficial para a capacitação dos profissionais que pensarão e negociarão as novas formas para conquistar acesso a mercados e a tecnologias abrindo o sistema comercial e financeiro não apenas para grandes países e empresas, mas para a concorrência verdadeiramente livre de todos.

METAS:

·        Avançar no desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro aberto, baseado em regras, previsível e não discriminatório;

·        Atender as necessidades especiais dos países menos desenvolvidos;

·        Atender às necessidades especiais dos países sem acesso ao mar e dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento;

·        Tratar globalmente o problema da dívida dos países em desenvolvimento, mediante medidas nacionais e internacionais de modo a tornar a sua dívida sustentável a longo prazo;

·        Em cooperação com os países em desenvolvimento, formular e executar estratégias que permitam que os jovens obtenham um trabalho digno e produtivo;

·        Em cooperação com as empresas farmacêuticas, proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a preços acessíveis, nos países em vias de desenvolvimento; em cooperação com o setor privado, tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial das tecnologias de informação e de comunicações.

O Brasil foi o principal articulador da criação do G-20 nas negociações de liberalização de comércio da Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio.  Também se destaca no esforço para univesalizar o acesso a medicamentos para a Aids. O país é pró-ativo e inovador na promoção de parcerias globais usando a Cooperação Sul-Sul como veículo.

EXEMPLOS DE POSSÍVEIS AÇÕES EMPRESARIAIS E ASSOCIATIVAS COM O PODER PÚBLICO, ONGS, GRUPOS REPRESENTATIVOS LOCAIS E FORNECEDORES:

·        Programas de apoio à formação e capacitação técnica profissional dos jovens menos favorecidos, visando sua inclusão no mercado de trabalho, que podem ser desenvolvidos nas empresas, associações e comunidade;

·        Mobilização de voluntários para criarem situações de aprendizagem e gestão em suas áreas de formação;

·        Apoio a programas de geração de novas oportunidades de absorção e recrutamento de jovens nas pequenas e médias empresas;

·        Apoio a programas de parceiras para a inclusão digital da população menos favorecida;

·        Programas de formação e disseminação das novas tecnologias, em especial, da informação, que promovam também a inclusão de portadores de deficiência;

·        Doações de equipamentos novos ou usados a escolas, bibliotecas, instituições voltadas ao atendimento a menores e jovens carentes;

·        Estímulo a programas que contemplem o empreendedorismo e auto-sustentação;

·        Ações que promovam a inserção das comunidades carentes na cadeia produtiva, através de financiamento direto de suas atividades, com a disponibilização alternativa da política de microcrédito.

Fontes: www.redemgcidadania.org.br , www.pnud.org.br

Palavras-chaves: Objetivo, Milênio, Brasil

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social



OBJETIVO DO MILÊNIO 01: ACABAR COM A FOME E A MISÉRIA

Um bilhão e duzentos milhões de pessoas sobrevivem com menos do que o equivalente a $ 1,00 (PPC paridade do poder de compra, que elimina a diferença de preços entre os países) por dia. Mas tal situação já começou a mudar em pelo menos 43 países, cujos povos somam 60% da população mundial. Nesses lugares há avanços rumo à meta de, até 2015, reduzir pela metade o número de pessoas que ganham quase nada e que por falta de emprego e de renda - não consomem e passam fome.

METAS:

·        Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população com renda inferior a um dólar PPC por dia;

·        Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que sofre de fome.

O Brasil já cumpriu o objetivo de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo em extrema pobreza até 2015: de 8,8% da população em 1990 para 4,2% em 2005. Mesmo assim, 7,5 milhões de brasileiros ainda têm renda domiciliar inferior a um dólar por dia. Em 2005 o governo se comprometeu a reduzir o número de brasileiros em pobreza extrema a 25% do total existente em 1990 e a acabar com a fome no Brasil até 2015. Diversos programas governamentais estão em curso com o objetivo de alcançar estas metas.

Fontes: www.redemgcidadania.org.br , www.pnud.org.br

Palavras-chaves: Objetivo, Milênio, Brasil

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social



IPEA LANÇA LIVRO "DESIGUALDADES RACIAIS", COM DOWNLOAD GRATUITO

O Ipea lançou ontem (20/11), no Dia da Consciência Negra, o livro "Desigualdades raciais, racismo e políticas públicas 120 anos após a abolição".

O livro traz análises inéditas sobre a política de cotas brasileira e sobre os números dos censos e Pnads desde 1890 que confirmam que a população brasileira volta em 2007 a ser de maioria negra como fora no primeiro registro oficial confiável, de 1890.

O mais novo lançamento do Ipea está disponível na íntegra gratuitamente no sítio eletrônico do Ipea (www.ipea.gov.br). Basta clicar sobre a reprodução da capa e, na página da sinopse, clicar em "acesse o documento".

"Não é que o Brasil esteja se tornando uma nação de negros, mas está se assumindo como tal", destaca o pesquisador Sergei Soares, um dos autores do livro.

Para o organizador do livro, Mário Theodoro, diretor de Cooperação e Desenvolvimento do Ipea, é muito importante essa tomada de consciência da população negra e a conquista de direitos no Brasil. "Mas os negros vivem ainda hoje uma situação de enorme desigualdade em relação à população branca. Com menos empregos, salários menores, menos acesso a escola e universidade, muito menos acesso a rede de saneamento básico e muito mais pobreza."

O livro apresenta um conjunto de estudos enfocando diversos aspectos da questão racial no Brasil.

- Cap 1. Inicia com um enfoque histórico que analisa a formação do mercado de trabalho brasileiro à luz do passado escravista e da transição para o trabalho livre.

- Cap 2. Sobre a discriminação racial e a ideologia do branqueamento que ganham força, sobretudo a partir da abolição.

- Cap 3. Trata do tema racial tendo em vista as diferentes abordagens do estudo da questão da mobilidade social, proporcionando um rico quadro da trajetória dos estudos sobre o assunto.

- Cap 4 e 5. Tratam dos dados mais recentes sobre as desigualdades raciais, extraídos da Pnad: um sobre os aspectos demográficos outro sobre os diferencias de renda.

- Cap 6. Analisa as políticas públicas de combate à desigualdade racial no Brasil seus limites e abrangência.

- Cap 7. São apresentadas algumas conclusões com base no que foi discutido nos capítulos anteriores.

Autores:

MÁRIO THEODORO (organizador)

A formação do mercado de trabalho e a questão racial no Brasil.

LUCIANA JACCOUD

O combate ao racismo e à desigualdade racial: o desafio das políticas públicas de promoção da igualdade racial.

RAFAEL OSÓRIO

Desigualdade racial e mobilidade social no Brasil: um balanço das teorias.

SERGEI SOARES

As desigualdades raciais no Brasil – a trajetória a partir dos dados da Pnad.

Para baixar o livro basta acessar www.ipea.gov.br e clicar na reprodução da capa no link livraria (à dreita)

 

Fonte: www.portaldomeioambiente.org.br

Palavras-chaves: IPEA, Desigualdades, Raciais

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social

 

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

SAIBA COMO AJUDAR AS VÍTIMAS DAS CHUVAS EM SANTA CATARINA

O Colégio Salesiano Itajaí, em Santa Catarina, está dedicando um grande esforço para atender as pessoas atingidas pelas chuvas que castigam o Estado há cerca de uma semana. As aulas estão suspensas já que alguns alunos e educadores também foram afetados pela enchente. Para ajudar as vítimas, a escola está com mais de 700 pessoas cadastradas, mas calcula estar dando assistência a cerca de 1 000 desabrigados. Quem quiser ajudar, a escola fica na Rua Felipe Schmidt, 87, Centro, em Itajaí-SC.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (47) 3348-2021 ou no sítio www.salesianoitajai.g12.br.

 

Fonte: RSE Informa, Colégio Salesiano Itajaí, 25/11/2008

Palavras-chaves: Chuvas, Santa Catarina, Como Ajudar

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social

ESCRITORES DA LIBERDADE: UMA RENOVAÇÃO PROFISSIONAL

ESCRITORES DA LIBERDADE: UMA RENOVAÇÃO PROFISSIONAL

Acabei de assistir pela terceira vez o filme "Escritores da Liberdade". Novamente chorei. Mas não foi um choro motivado apenas pelo enredo do filme, mas de reafirmar o quanto ser professor é nobre, de acreditar que vale a pena, mesmo diante de tantos desafios, lutar em prol de uma vida melhor para todos.

O filme mostra a situação de uma das escolas públicas americanas, quando da implantação do sistema integrado (posso chamar de Inclusivo), realizado em Los Angeles, nos anos de 1992-1994. Revela ainda, a situação caótica proporcionada pelo racismo nos Estados Unidos, hoje talvez menos alarmante do que àquelas situações apresentadas nesta história, que, diga-se de passagem, é uma história verdadeira.

Uma professora jovem, chamada Erin Gruwell, se depara com alunos pobres, sem projetos de vida, inseridas e dominadas por culturas diferenciadas (negros, latinos, asiáticos, brancos), onde tudo se resolvia na base da violência, de acordo com as ordens de cada tribo/gueto, sem a possibilidade do diálogo intercultural.

Muitas reflexões suscitam ao assistir este filme. Frases de efeito das personagens, tais como: "a luta pela igualdade começa na sala de aula"; "você é professora porque tem convicção"; "conheça a cultura e conseguirá muito", não estão muito distantes de nossa realidade. Entristece-me ver como nos deparamos com o discurso do "não-posso", que inclusive tratei em artigo anterior, intitulado "Barbárie Escolar: Como Assim?!", do descrédito de que os problemas sociais não têm solução.

Essa professora mostrada no filme, nada mais fez do que sair de sua "postura professoral" (apenas como detentora de saber), e se colocar junto, presente, próxima, aberta, livre para tratar de questões pedagógicas, sociais, afetivas e pessoais.

Será isto muito difícil em nossa educação atual?

Está mais do que comprovado que quando nos colocamos diante dos outros como detentores do saber (ou do poder), pouco conseguiremos com essa iniciativa. Ao estabelecermos um diálogo não devemos partir do pressuposto de que temos a verdade absoluta, pois, se assim nos direcionarmos não será um diálogo, mas sim, um monólogo. Devemos nos colocar na postura de escuta, de aprendizagem, de crença nesses nossos alunos, de acreditar que eles têm vida própria, cultura, sentimentos e razões, em muitos casos.

Tudo bem que posso ouvir várias afirmativas como: "isso é filme", "isso é teoria", "na prática é outra coisa", tudo bem! Mas, não tirem a esperança de um jovem professor, ou ainda mais, não façamos com nossos colegas recém-formados da academia, como muitos fizeram conosco, nos "contaminando" com o discurso da impossibilidade, com o discurso da desesperança, ou com o discurso de que lutar pelos outros não vale a pena. Façamos da escola um espaço de aprendizagem, não apenas pedagógico, mas de vida, esperança, solidariedade, fé e de diálogo.

Prof. Rafael Adriano de Oliveira Severo

Mestrando em Educação – Pedagogo


terça-feira, 25 de novembro de 2008

CONJUVE FAZ BALANÇO DE SUAS AÇÕES EM 2008


Conjuve faz balanço de suas ações em 2008O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) encerrou hoje (25) os seus dois dias de reunião com um balanço de propostas implementadas, resultantes da I Conferência Nacional de Políticas Pública de Juventude, realizada em abril de 2008. O chamado Pacto pela Juventude – com as 22 resoluções prioritárias aprovadas pela I Conferência – obteve avanços como a aprovação da PEC da Juventude em dois turnos na Câmara; a ratificação, pelo Congresso Nacional, da Convenção sobre os Direitos das pessoas com Deficiência; e a ampliação da gratuidade e do número de vagas dos cursos de formação técnica inicial do Sistema S, destinadas aos alunos e trabalhadores de baixa renda, empregados ou desempregados.

Outros avanços também podem ser destacados como a adesão dos estados da Bahia, Pernambuco e Tocantins ao Pacto da Juventude, com a criação de Conselhos da Juventude nestas unidades da Federação. Vale destacar ainda, o encaminhamento ao Congresso Nacional do PL da sede da UNE e implantação do Projeto Praça da Juventude pelo Ministério dos Esportes. O Conjuve  realizou ainda 123 atividades, relacionadas a implementação das resoluções da I Conferência, nos 27 estados da federação.

No primeiro dia das atividades do Conjuve foi tema de debate entre os conselheiros uma síntese do documento do governo federal sobre a reestruturação do ensino médio. Segundo a vice-presidente do Conselho, Maria Virgínia de Freitas (Magi), a sociedade e o Conjuve precisam participar mais de perto do processo de reformulação das diretrizes do ensino médio. Ela destacou que a reestruturação atingirá um grande contingente de jovens de 15 a 17 anos e mais velhos que ainda não concluíram este ciclo educacional. Magi avaliou ainda que a discussão sobre a reestruturação deverá iniciar sobre a obrigatoriedade ou não da conclusão do ensino médio.

Ainda no primeiro dia de reunião foi avaliado o aprofundamento das questões relacionadas à juventude negra, dentro das políticas públicas de juventude. Para o conselheiro Samoury Mugabe Ferreira Barbosa, há questões urgentes para os jovens negros, como a alta taxa de mortalidade destes contingentes nas periferias das grandes cidades. Outro ponto preocupante levantado por ele, é o tratamento diferenciado no SUS.  Na manhã de hoje os conselheiros ainda fizerem balanço das atividades das várias comissões do Conselho, iniciaram o desenho das atividades do Conjuve para o próximo ano e sobre a eleição da presidência e vice-presidência.

O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) é um espaço de diálogo entre a sociedade civil, o governo e a juventude brasileira. É um órgão consultivo e tem por objetivo assessorar o governo federal na formulação de diretrizes da ação governamental; promover estudos e pesquisas acerca da realidade socioeconômica juvenil; e assegurar que a Política Nacional de Juventude do Governo Federal seja conduzida por meio do reconhecimento dos direitos e das capacidades dos jovens e da ampliação da participação cidadã.

O Conjuve é formado por representantes do poder público e da sociedade. Pelo poder público participam 20 membros oriundos de ministérios que desenvolvem programas e ações voltados para a juventude, representantes do Fórum de Gestores Estaduais e da Frente Parlamentar de Políticas Públicas de Juventude e das entidades municipalistas.  A sociedade civil é representada por 40 membros e participa por meio de entidades, movimentos sociais, redes de jovens, e de organizações não-governamentais que trabalham com os mais diversos segmentos juvenis e de especialistas na temática da juventude.

O Conselho Nacional de Juventude é, junto com a Conferência Nacional de Juventude, em espaço de realização do controle social da Política Nacional de Juventude e de todas as ações vinculadas à ela.

Fonte: juventude.gov.br, 25/11/2008,Catherine Fátima Alves

Palavras-chaves: CONJUVE, Balanço, Ações

Gestor da Informação: Julio Cesar dos Santos – Articulador Social


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

PROGRAMAS PARA JOVENS DEVEM SER MAIS INTEGRADOS

Ações sociais para jovens devem ser mais sistêmicas, trabalhando as demandas do público de forma multisetorial. Mais do que isso, devem dar autonomia para que eles sejam protagonistas de suas decisões e participem da vida política, social e econômica do país.


As conclusões fazem parte da pesquisa "Juventudes SP – Panoramas e Iniciativas com Foco na Juventude de SP", realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), por iniciativa da Comgás e apoio da Associação Cidade Escola Aprendiz. A obra mostra o que tem sido feito pelos jovens e, conseqüentemente, o que eles têm feito em suas cidades.

No levantamento, foram analisadas ações voltadas para jovens paulistas entre 15 e 24 anos de instituições sociais – incluindo os associados à Rede GIFE, como o Instituto Camargo Corrêa -- o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e de instituições públicas, como o Governo do Estado de São Paulo. Além disso, também foram realizados contatos diretos com os responsáveis pelos projetos.


Entre as 546 ações identificadas em todo o Estado, 99 foram utilizadas para a mensuração. De acordo com os dados registrados, 93,9% realizam ações para o desenvolvimento de competências e habilidades para o mundo do trabalho; 51% realizam algum tipo de acompanhamento pós-formação; 64% preocupam-se em formar jovens empreendedores.


O destaque da pesquisa, no entanto, é a pulverização dessas ações. Há uma concentração de ações sociais na capital (62,6%), enquanto 32,3% têm sede no interior - 5,1% atuam simultaneamente nas duas regiões. Mais da metade dos projetos têm abrangência municipal, 21% apresentam abrangência comunitária, 11% são de alcance estadual, 10% atingem a região metropolitana do estado e apenas 4% são nacionais.


Segundo o estudo, sem articulação ou padronização, essas iniciativas podem padecer da falta de sintonia com os cenários regional, estadual e nacional, resultando em um risco à eficácia de seus resultados, mesmo que respondam a necessidades locais.


No lançamento do "Juventudes SP – Panoramas e Iniciativas com Foco na Juventude de SP", o jornalista Gilberto Dimenstein, idealizador da Associação Cidade Escola Aprendiz, afirmou que a explicação para isso se dá pela histórica desatenção ao segmento. "A política pública para o jovem é a mais atrasada", disse.


Fazendo coro ao jornalista, a representante da Coordenadoria de Programas para Juventude do Estado de São Paulo, Mariana Montoro, disse que o atraso das medidas públicas para a faixa etária é cultural. "Não olhamos para política de modo transversal".


Com base nessa constatação, a publicação aponta três desafios: constituir uma rede com função de dar suporte às escolhas e aos projetos dos jovens, articular as diversas organizações e elaborar um projeto conjunto no qual o poder público local e outros atores da sociedade civil participem da iniciativa de construir oportunidades para o público juvenil.


"Trata-se de um estudo muito bem-vindo porque, apesar do foco crescente sobre o tema da juventude, ainda se faz necessário avançar muito na produção de conhecimento, informação, análise e reflexão. Pois, se podemos comemorar o crescimento do número e o alcance das ações dirigidas aos jovens nos últimos anos no nosso país, ainda há muito que avaliar a respeito do enfoque e dos objetivos que orientam essas ações. Por isso faz-se importante a análise crítica dos conceitos e das diretrizes que estruturam e são reforçadas por essas intervenções", acrescenta a socióloga Helena Abramo, que assina o prefácio do livro.


Por que jovens?


O Brasil deixa de crescer meio ponto percentual por ano, em função dos problemas da juventude. "Em 40 anos deixaremos de ganhar R$ 300 bilhões, 16% do PIB (Produto Interno Bruto)", afirma a diretora-executiva do Instituto Unibanco, Wanda Engels.


Diferentes pesquisas corroboram para essa visão. De acordo com o relatório Jovens em Situação de Risco no Brasil, divulgado pelo Banco Mundial em 2007, as taxas de desemprego excepcionalmente altas entre jovens de 16 a 24 anos resultam em rendimentos anuais perdidos de até R$ 1,2 bilhão.


Pelo levantamento, um em cada cinco jovens trabalha e estuda simultaneamente e 60% dos brasileiros entre 15 e 19 anos são trabalhadores não-pagos ou sem carteira de trabalho assinada. São dados preocupantes que terão um impacto extremamente negativo a curto e longo prazo.


Outra pesquisa, esta realizada pelo Ipea, mostrou que cerca da metade do total de desempregados no Brasil tem entre 15 e 24 anos. Segundo os dados do estudo, a proporção entre o número de jovens desempregados e o total de pessoas sem emprego no País era de 46,6% em 2005, a maior taxa entre os dez países pesquisados. No mesmo período, no México, esta proporção é de 40,4%; na Argentina, de 39,6%; no Reino Unido, de 38,6%; e, nos Estados Unidos, de 33,2%.


A pesquisa chama atenção também para a defasagem escolar. De acordo com o estudo, cerca de 34% dos jovens entre 15 e 17 anos ainda estão no ensino fundamental, enquanto apenas 12,7% dos jovens de 18 e 24 anos freqüentam o ensino superior. Em suma, com o aumento da idade diminui a freqüência de jovens à educação escolar.


Com esse pano de fundo, o Instituto Unibanco promoverá nos dias 4 e 5 de dezembro, em São Paulo, o seminário "A Crise de Audiência no Ensino Médio". O evento terá como objetivo discutir o alto índice de evasão escolar entre jovens e os fatores que atraem e afastam o aluno do Ensino Médio.


O encontro reunirá secretários de educação, representantes do MEC, empresários, pesquisadores, profissionais de universidades e membros de institutos, fundações e ONGs, que farão um balanço dos indicadores da evasão escolar nos níveis local, regional e nacional, de forma a avaliar a dimensão do problema.

 

Fonte: redeGIFE ONLINE, 24/11/08

Palavras-chaves: Programas, Jovens, Juventude

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA PROMOVE REFLEXÃO CONTRA RACISMO - PBH PREPARA PLANO MUNICIPAL PARA PROMOVER A IGUALDADE RACIAL


 

 

"Atualmente no Brasil, o racismo é o antigo chicote usado para bater nos escravos. Não entendo o porquê que brancos batiam nos negros. Por que não conversavam e eram amigos? O preconceito é uma arma." O questionamento e o lamento são de Felipe Augusto de Souza, de apenas 8 anos de idade, que aprendeu na Escola Municipal Monteiro Lobato, na Região Nordeste de Belo Horizonte, assim como os colegas, que "o povo brasileiro é uma mistura de todas as raças". "Cada um de nós tem um pouquinho de cada cor", garante. As palavras maduras do garoto refletem o trabalho que é feito pela escola, que desde 2005 aplicou o tema Relações étnicas raciais nas disciplinas escolares. Hoje, data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, há muito o que se festejar, mas, mesmo com programas sociais, políticas públicas, investimento na saúde e na educação, a briga de cor ainda existe. "Mas um dia vai acabar", sonha Felipe.


Nos últimos quatro anos, a Secretaria Municipal de Educação da capital (Smed) tem investido em ações para que a cultura negra ganhe as salas de aula. Para isso, a Smed, por meio do Núcleo de Relações Étnico Raciais e Gênero, distribuiu material didático que trata sobre o assunto para as 180 escolas municipais e as 40 unidades de educação infantil. "A Lei Federal 10.639 exige a temática para os estudantes. Assim, estamos capacitando professores e doando às bibliotecas centenas de livros sobre a cultura afro-descendente. Os alunos negros têm a oportunidade de se verem retratados na história da humanidade não só como escravos", explica Maria de Fátima Gomes, membro no núcleo.

Segundo ela, a intenção de incluir o tema em sala de aula não deve se limitar apenas à data de hoje. "É um assunto que tem de ser tratado o ano inteiro, associando-o às disciplinas escolares", alerta. O exemplo vem da escola de Felipe, a Monteiro Lobato, que tem 250 alunos, a maioria negra, e desde sua fundação, em 2005, trabalha com os alunos a cultura afro-descendente nas mais variadas formas.

"Trabalhamos a identidade, o contato um com o outro, o respeito. Muitas vezes, há um isolamento de grupos raciais, o que não ocorre aqui. Os meninos e meninas com idade de 3 a 6 anos crescem conhecendo e valorizando a cultura negra, o que os tornam mais humanos", diz a professora de Relações Étnicas Raciais, Edinéia Aparecida Dias. Para a aluna Daniela Bruna Ribeiro, de 8, as aulas permitem conhecer novas culturas, que muito têm a ver com o Brasil. "O livro que mais gostei de ter lido foi a A África está em nós, de Roberto Benjamin. É lindo e muito rico", ressalta Amanda Vitória Santos Machado. Thales Oliveira, de 9, adora maracatu, que aprendeu a dançar e cuja história agora conhece. "A cor da pele pode ser até diferente, mas dentro de nós somos todos iguais", comenta.


POLÍTICAS PÚBLICAS


No mês que vem, a Coordenadoria para Assuntos da Comunidade Negra da Secretaria-Adjunta de Direitos e Cidadania lançará o Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial, contendo todas as políticas públicas desenvolvidas em Belo Horizonte e as que serão implantadas em prol da comunidade negra. "As ações foram feitas para o resgate da cultura e inclusão das comunidades na sociedade. Há 10 anos, criamos a Escola Profissionalizante Raimundo da Silva Soares, voltada para jovens da Pedreira Padro Lopes, que visa preparar pessoas carentes, não só negros, para o mercado de trabalho. Em 2007, foi criado pelo prefeito um decreto que estabelece políticas de combate ao racismo", ressalta Maria das Graças Rodrigues, responsável pela coordenadoria.


Segundo ela, em 2005, durante a Conferência Municipal da Promoção da Igualdade Social, foram debatidas as reivindicações das comunidades negras de BH na saúde, educação e políticas públicas, assim, o plano municipal vai tentar atendê-las. Maria das Graças acredita que por meio das políticas públicas o racismo deixará de existir. "Ele ainda ocorre, infelizmente. Mas é a inclusão na saúde e na educação que muda o cenário. Se quisermos avançar nessa história, o caminho é fortalecer a cultura afro-descendente, dando a ela visibilidade dentro de todos os grupos da cidade", aposta.

 

Fonte: Estado de Minas, 20/11/2008, Luciane Evans

Palavras-chaves: Dia Nacional, Consciência, Negra

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social


20 DE NOVEMBRO DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA


 A lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.

Com a implementação dessa lei, o governo brasileiro espera contribuir para o resgate das contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

A escolha dessa data não foi por acaso: em 20 de novembro de 1695, Zumbi - líder do Quilombo dos Palmares- foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que culminou com o início da destruição do quilombo Palmares.

Então, comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória essa figura histórica. Não somente a imagem do líder, como também sua importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 1888.

Porém, hoje as estatísticas sobre os brasileiros ainda espelham desigualdades entre a população de brancos e a de pretos e pardos. Por isso, é importante conhecermos algumas informações sobre o assunto.

Nos links abaixo você vai encontrar algumas informações sobre o assunto, sendo algumas selecionadas da Síntese de Indicadores Sociais 2003, produzida pelo IBGE. Além dessas estatísticas, você também vai aprender um pouco sobre a importância de Zumbi dos Palmares e sobre os quilombos.

Boa leitura!

Rei Zumbi
Quilombos
Censo 2000
Escolarização
Rendimentos
Para saber mais

 

 

Fonte: IBGE TEEN

Palavras-chaves: zumbi, Palmares, Escola

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social