quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

SEDESE DIVULGA RELATÓRIO QUE MOSTRA SITUAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO ESTADO

Minas Gerais ganhou uma importante ferramenta de trabalho para disseminar ações que assegurem os direitos humanos nos 853 municípios do Estado. O relatório foi divulgado nesta terça-feira (09), pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), por meio da Subsecretaria de Direitos Humanos e apresenta dados inéditos, coletados junto a instituições oficiais a partir de cinco dimensões: socioeconômica, mulher, negro, violência e criança e adolescente.

Com base nessas dimensões, a garantia dos direitos humanos foi classificada como alta garantia, boa garantia, média garantia, baixa garantia e precária garantia. Para elaboração do índice de garantia dos direitos humanos foi utilizado como modelo o Sistema Intraurbano de Monitoramento dos Direitos Humanos (SIM- DH), desenvolvido na cidade de São Paulo. Em Minas, a diferença é que o modelo foi aplicado em todos os 853 municípios. Não existe nenhum estado no país que tenha um diagnóstico de direitos humanos a partir de coletas junto a instituições oficiais.


O secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Social, Juliano Fisicaro, falou durante entrevista coletiva, que a preocupação do Governo foi elaborar um relatório com foco nas regiões como um todo. "Temos a preocupação de melhorar os municípios que estão na condição precária e baixa e aperfeiçoar os que apresentam boas condições. O Estado desenvolve várias ações voltadas para estes indicadores e o relatório é o primeiro passo para avaliação futura dessas políticas já realizadas. Não podemos pensar em cada município isoladamente, pois as políticas públicas serão direcionadas para as regiões", diz.


O subsecretario de Direitos Humanos, João Batista de Oliveira, ressaltou a importância da elaboração do relatório. "A partir de uma análise qualitativa dos dados será possível coordenar e articular o atendimento às regiões mais prejudicadas e dessa forma mudar a situação daqueles mais prejudicados".


A pesquisa será publicada a cada dois anos. A primeira servirá como parâmetro de comparação para as próximas publicações.

Negro


Analisando a dimensão negro, foi identificada um alto grau nos indicadores de direitos humanos na macrorregião Norte de Minas. Foram encontrados com precária condição apenas 3,37% dos municípios, enquanto 38% das cidades são identificadas com índices de alta garantia.


Realidade semelhante foi encontrada na macrorregião do Vale do Jequitinhonha/Mucuri, onde é considerável o número de municípios que apresentam os indicadores alto e bom (33% e 36%, respectivamente), contrastando com a quase desconsiderável incidência de indicadores de baixa ou precária garantias (3,03% e 1,52%, respectivamente).


A dimensão negro foi analisada com base em três indicadores (1° - comparação entre o percentual de negros que recebem até um salário mínimo e o percentual de não negros que recebem até um salário mínimo; 2° - total de mulheres negras de 10 a 17 anos, com filhos, em relação ao total de mulheres de 10 a 17 anos, com filhos, nos municípios; 3° - diferencial nos percentuais de analfabetos das populações declaradas negras e não negras).


Socioeconômico


Foram considerados, nessa dimensão, indicadores que incluíam aspectos relacionados a educação, emprego e renda, habitação e saúde. O resultado do relatório aponta realidades distintas em Minas Gerais. No Norte do estado, a maioria dos municípios (73%) se encontra em situação bastante vulnerável, sendo predominante a precária e baixa garantia. Na região Sul, a situação é contrária, com 37% dos municípios apresentando alta garantia.


Violência


Para o levantamento de dados de 2007 relativos à dimensão violência, foram considerados três indicadores diretamente ligados à ocorrência de homicídios e às taxas de lesão corporal: taxa de homicídios e tentativa de homicídios por local de ocorrência, taxa de registros de lesão corporal e taxa de homicídios na população masculina.

O mapa da violência mostra que a maior incidência de indicadores de alta e boa garantia está nas macro-regiões Sul (boa 32%; alta 20%), Zona da Mata (boa 20%; alta 23%) e a macrorregião Central (boa 20% e 27% alta).


Criança e adolescente

Para esta dimensão foram utilizados seis indicadores (todos de 2007): taxa de reprovação no ensino fundamental, taxa de distorção no ensino fundamental, taxa de reprovação no ensino médio, taxa de distorção no ensino médio, taxa de internação por doença e taxa de internação de crianças até 14 anos por agressão.


Com base nestes indicadores, a macrorregião do Jequitinhonha/ Mucuri possui a maioria dos índices em precária garantia (65%), 21% em baixa e apenas 6,6 dos municípios em boa garantia. Já na macrorregião Norte de Minas,12% das cidades estão com alta garantia, 14% com boa, 22% com média, 25% com baixa e 24% com garantia precária.


Mulher


Para análise da dimensão Mulher, os indicadores foram relacionados a questões sobre saúde materna, violência contra a mulher, participação da mulher no mercado de trabalho (formal e informal) e na política eleitoral, mulheres sem cônjuge e com filhos menores.


Ao visualizar os dados, observa-se, por exemplo, que na macrorregião do Alto Paranaíba, 29% de seus municípios apresentam índices de alta garantia de direitos humanos para as mulheres. Os dados demonstram ainda que 16% dos municípios desta região apresentam boa garantia; 19% média garantia; e 16% baixa garantia. Olhando para as microrregiões, Patrocínio se destaca, com 36,4% de alta garantia de direitos humanos para a mulher. A microrregião de Araxá, porém, apresenta um percentual de 30% em baixa garantia.


60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

A divulgação do relatório é uma das ações da Subsecretaria de Direitos Humanos na semana de comemoração dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro. A programação prevê várias ações durante toda a semana.

Também participaram da coletiva a coordenadora Especial de Política Pró-Criança e Adolescente, Fernanda Martins, a diretora do Observatório de Direitos Humanos, Raquel Brandão e a superintendente de Integração de Política de Direitos Humanos, Márcia Martini.

Fonte: www.sedese.mg.gov.br

Palavras-chaves: Relatório, Direitos, Humanos, Minas Gerais

Gestor da Informação: Julio César dos Santos – Articulador Social


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