A frase citada acima norteou o discurso do palestrante que fez uma abordagem histórica do surgimento do povo negro africano como o berço de toda a civilização ao mesmo tempo em que relacionou os aspectos históricos com os saberes transmitidos em sala de aula. Como foi dito, o negro nas escolas parecem ter nascido escravos, este discurso introjetado nos professores quando estes ainda eram alunos perpassa várias gerações e chega aos dias atuais com mais ou menos força. Esta visão que se tem do povo negro não é mero acaso, ou seja, ela não permeia a escola simplesmente por não existir outra versão da história. Ela atende uma ideologia específica com interesses políticos e sociais, neste sentido a escola torna-se uma reprodutora destes interesses. Como se sabe, a história oficial é contada pela classe dominante que reproduz e manipula o discurso com a lógica que lhe convém.
Marcos Cardoso também abordou o envolvimento dos países, principalmente Portugal e Espanha, e da contribuição da Igreja Católica no processo de transformação do povo africano em escravo, ou seja,
Com a finalização da palestra, abriu-se um momento para perguntas. Destacam-se as questões que tinham como objetivo elucidar alguns aspectos da lei 10.639/2003 que inclui na grade curricular o ensino de história da África nas escolas e a lei 3627/2004 que reserva cotas para negros, índios e alunos oriundos de escolas públicas ingressarem em cursos superiores. As perguntas relacionadas a estas leis foram de fundamental importância para analisar a avaliar o impacto das mesmas na educação e como a população em geral e as instituições de ensino receberam estas leis.
A contribuição do palestrante foi de suma importância para o andamento do curso, bem como, para a construção do arcabouço teórico dos alunos. Ela abriu nossos olhares e permitiu uma visão holística do processo educacional do povo negro brasileiro perpassando o projeto de 1854 -O projeto nº1331 do referido ano estabelecia que nas escolas públicas brasileiras não seriam admitidos escravos e leprosos- passando pelo decreto nº7.031-A de 1878 -O Decreto estabelecia que os negros só poderiam estudar no período noturno até os dias de hoje com as duas leis já citadas acima.
Resenha produzida para o Curso de Capacitação e Formação para Políticas de Promoção da Igualdade Racial promovido pelo Centro de Referência da Cultura Negra de Venda Nova (CERCUNVN)
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Autor: Angelo Anderson Andrade Coimbra
Licenciado em Filosofia
Aluno do Curso
Palavras-chave : educação - artigo - angelo
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